Reflexão aos 40 anos – de limonada ao drinque!
- Danielle Apocalypse
- 18 de jan. de 2024
- 4 min de leitura
Esperei muito pelos meus trinta anos de idade. Eu tinha enormes expectativas de como seria chegar aos trinta, e maiores ainda eram as expectativas para os trinta e cinco.
Meus trinta foram excelentes – realmente me pareceram vinte, era como se estivesse vivendo estes anos tudinho de novo, ou melhor, o que não foi vivido neles – o gás, a vitalidade, a energia, a disposição e a tremenda falta de responsabilidade como se “não houvesse amanhã” pertinentes a quem tem seus vinte anos eram as mesmas.
Os trinta pareciam mesmo uma corrida pela vida: “Será que vai ficar melhor ainda? Quando eu fizer trinta e cinco então, ninguém me segura, estarei na minha plena forma, pegando fogo!” – Eu pensava.
Engravidei de gêmeos, vejam só! Logo eu que já tinha um menino de 11 anos de idade do meu primeiro casamento – aos 20 anos! Talvez eu estivesse mesmo em plena forma. Como em toda gravidez, tudo ficou para depois ou sequer nem existiu, pois minha vida se resumiu à vida destes meninos, uma outra vez e agora em dobro! E assim seguiu-se até os dias de hoje…
Foi então que passei a esperar pelos quarenta: “Acho que agora vai, esse é o meu número!”
Mas aí, a vida te mostra que tem muito ainda para se viver, e desses cinco anos pra cá, muita água jorrou e foi jorrada. Se ela, como dizem por aí, me deu limões, eu tratei de fazer muita limonada. De carro roubado à perda de casa.
De mudança para a sogra à casa inacabada. Desempregos, filho mais velho indo morar no exterior, novo emprego, crises e depressões, outro desemprego, separação, filho voltando do exterior, mudança de cidade, volta à casa dos pais, novo emprego, reconciliação… Ufa!
Confesso que cheguei a desejar que estes 40 não chegassem nunca. Pera aí, né, de novo não – não estou pronta! Não tenho ideia de onde estou, e nem para onde quero ir, só sei que não pode ser agora, não pode ser isso aqui.
Toda a minha vida busquei “falsas” certezas (falsas porque certezas são ilusórias , não se tem como ter certeza de nada). A certeza de que aos 30 estaria onde quisesse estar. A certeza de que aos 35, estaria como quisesse estar. E agora aos 40? Que não cheguem nunca, pois já não tenho mais certeza de nada!
Santa ingenuidade – como se fosse mesmo possível.
Eles chegaram. E chegaram mesmo assim, sem muito barulho, sem muita pompa, nem em meio à grandes comemorações, nem sequer em meio a muita gente. Chegaram de mansinho, quase que desapercebidos, em silêncio, sem fazer alardes.
De véspera, cheguei a desejar adiar. Que bobagem a minha. Não pensem vocês que foi por medo de envelhecer, sei que não há como parar esta máquina. Era medo sim, mas medo de me deparar com todos os meus desejos e expectativas, velhas cobranças, sonhos não realizados, planos inacabados – medo de não haver mais tempo para tudo isso.
Os quarenta para mim era tipo AGORA ou NUNCA – um tipo “Se vira nos 30, só que aos 40” – o problema é que do jeito que a minha vida está no AGORA, tudo parecia estar mais próximo do NUNCA.
Mas aí se antecedeu o final de semana, veio a companhia da família, o carinho dos filhos, e amanheci em uma segunda-feira ensolarada com 40 anos de idade. Tudo parou. E assim, pude olhar para dentro de mim mesma ao invés de ao redor.
Me invadiu a calma. E descobri que estava sim, pronta.
De acordo com a Numerologia, somam-se os números entre si para se obter o resultado de um único dígito, portanto levando em consideração o número 40, teríamos a soma de 4+0, sendo o número 4 o resultado. Sendo assim, o número 4 pela Numerologia é uma expressão energética que representa tudo o que está ligado ao sentimento de comunidade, estabilidade, e é um número adequado à todas aquelas pessoas que estão muito ligadas à suas casas ou às suas famílias.
Por exemplo, os 4 pilares de sustentação de uma edificação que costumam significar solidez, sentimento de família e união em torno destas relações.
Sabendo disso, corri para ler o meu Mapa Astral, claro. E bomba! Eu tenho uma
Casa de número 4, com a minha Lua (Peixes) posicionada exatamente ali – e isto significa uma intensa necessidade se um LAR para onde retornar ou se recolher.
E tudo fez sentido outra vez. Eu preciso de um lar. E mesmo que isso não pareça possível agora, ou que não seja como eu pensava que seria, eu possuo um lar: um lar em mim!
Talvez, no plano físico eu ainda não esteja onde gostaria de estar, talvez ainda não tenha conquistado tudo aquilo que um dia desejei. E isso é bom. Pois os sonhos costumam se tornar planos e planos viram objetivos e estes objetivo nos dão força para seguir em frente, e quem sabe, por que certeza mesmo não se pode ter, eu ainda tenha mais 40 pela frente…
A chegada dos 40, pelo menos pra mim, nada mais foi que uma chegada ao LAR – ao aconchego, a um porto seguro, à tal maturidade tanto falada por todos.
Sim, estou pronta!
A única coisa que de fato sei, é que hoje sei quem sou e tudo aquilo que me trouxe até aqui é o que me torna inteira – um verdadeiro Lar em mim mesma. Eu sou a minha fortaleza, e tudo isso que me faz quem sou hoje são os meus 4 pilares – à eles dedico o meu melhor todos os dias e divido tudo com aqueles que amo, pois sem eles nada disso teria valido à pena.
Portanto, brindo finalmente os meus 40 – ao meu lar interior, ao meu mais sólido pilar – que dessa limonada toda de uma vida bem vivida até aqui eu consiga transformar em deliciosos drinques coloridos por mais 40 anos.
Que venham os 80!
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