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Filhos – Querer não é poder

  • Foto do escritor: Danielle Apocalypse
    Danielle Apocalypse
  • 18 de jan. de 2024
  • 3 min de leitura

Tenho lido matérias e visto algumas reportagens, além de já ter participado de algumas discussões sobre o assunto em rodas de amigos.


Muito se fala sobre a mulher nos dias de hoje, e de como estamos encarando novas tarefas, sejam no âmbito profissional, familiar ou na sociedade em geral, de acordo com as expectativas deste mundo moderno.


As mulheres estão em constante mudança, dizem. Estamos optando por casar mais tarde ou nem casar. Estamos constantemente correndo atrás de nossas carreiras, e assim, deixando para ter filhos em idades que, antes nem se pensava ser possível. Algumas de nós até já decidimos não ter filho algum, seguindo nossas vidas livremente, em carreira solo, ou quem sabe, experimentando, mais tarde, o privilégio da adoção.


Eu digo: muito bem! O mundo mudou mesmo para as mulheres, e fico feliz de ver que podemos hoje ser livres e fazer escolhas sensatas dentro daquilo que desejamos para nossas vidas.


Filhos, sem dúvida alguma, são a melhor coisa do mundo. Quem puder, que os tenha! Mas vejam bem: definitivamente, querer não é poder.


Tenham filhos. Tenham um, dois, três, até quatro – aqui vale o ditado, um é pouco (ou suficiente para algumas), dois é bom, três é demais (de bom!). Mas, tenha filhos não só porque você assim deseja, mas porque realmente pode.


E quando digo pode, não quero dizer na concepção de poder gerar um filho, mas na concepção de poder criar uma criança – assim, para a vida inteira.


Os filhos quando chegam em nossas vidas necessitam não só de cuidados, atenção, dedicação, educação, limites, valores, exemplos, mas de mais uma infinidade de outras coisas que são simplesmente impossíveis de serem antecipadas.


Tenha sempre em mente que, raramente, os filhos alcançam nossas expectativas. E nem pense que ao ter um filho, ele lhe trará as respostas que precisa, consertará a sua vida, preencherá qualquer vazio que você tenha dentro de você, ou simplesmente solucionará todos os problemas conjugais ou existenciais que você venha a ter.


Um filho lhe trará uma felicidade inexplicável, brotará dentro de você um amor incondicional jamais sentido, e fará com que você sinta uma paz incrível ao chegar em casa de noite, e vê-lo dormindo, tranquilo, seguro. Isto é indiscutível.


Mas, os filhos também vêm para nos “desconstruir”, uma amiga querida uma vez sabiamente me confessou, e quase sempre, eles são exatamente o contrário de tudo aquilo que esperamos que sejam. Eu acredito.


Não devemos esquecer nunca que os filhos são seres humanos iguais à nós – com vontades próprias, desejos incontroláveis, personalidades diferentes e únicas. Não acatarão nossas ordens sempre, e tão somente porque assim queremos. Eles não serão médicos, advogados ou diplomatas só porque um dia sonhamos que fossem.


Os filhos crescem, viram adultos, falham, nos preocupam, têm defeitos e cometem erros sérios e constantes, assim como nós, mulheres, mães. E quase sempre se tornam pessoas diferentes daquilo que você imaginou que fossem ser.


Um filho não é, definitivamente, a garantia de missão cumprida e felicidade eterna. Somos seres bem mais complexos que isto e, de mutáveis necessidades, podem crer. Um filho, apesar de chamá-lo de seu, pertence, na verdade, ao Mundo.


Por isso digo: ainda assim, um filho pode  ser uma das melhores coisas que você fará na vida, senão aquele que você mais irá amar para o resto da vida, o infinito e o para sempre, juntos.


Mas, se quiser ter mesmo um filho, terá que fazer de forma consciente e plena, não porque simplesmente chegou a “sua hora” ou, somente porque é o seu desejo, mas porque você REALMENTE PODE e será CAPAZ de tê-lo e depois, de devolvê-lo ao Mundo à que ele pertence.

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