Super-mãe
- Danielle Apocalypse
- 18 de jan. de 2024
- 2 min de leitura
Quem nunca se sentiu impotente diante de uma situação na qual não temos controle e nem podemos ajudar senão nos mantendo firmes e calmas? É assim que me sinto quando meus filhos adoecem.
Impotente. Eu que, em todos os momentos, quero ser simplesmente SUPER. Super presente, super contente, super disposta, super bonita, super amiga – SUPER MÃE!
Mas ser é bem diferente de estar, não é mesmo? E nem sempre podemos ser e estar ao mesmo tempo. É assim que sempre acontece… Podemos estar presentes e dispostas, mas nem sempre podemos ser super.
Há algumas semanas atrás, os meus dois filhos adoeceram juntos, ao mesmo tempo. Gêmeos que são, foi mesmo sempre assim, tudo juntinho.
Nem preciso dizer que foi um caos.
Nada grave, mas para nós mães, qualquer coisa que aconteça com eles, por mais simples que seja, é grave. Foi laringite, das severas. E lá fomos nós, pai, mãe e os dois filhos, para a emergência do Hospital infantil, tarde da noite. Sim, por que as emergências infantis são sempre tarde da noite, não sei bem por quê.
Acabamos os quatro, por três dias internados, exaustos. É diante destas emergências que nos enxergamos impotente, sem poder fazer nada para ajudá-los. Não somos super diante de situações como estas. Resta-nos apenas ser fortes.
E foi o que fiz. Enchi-me de força, mesmo me sentindo fraca. Esbanjei confiança e implorei que confiassem em mim, mesmo não tendo a mínima idéia do que ia acontecer. Fui firme, e fiz com que acreditassem que tudo daria certo, e que nada de mal iria lhes acontecer.
Mostrei-me calma e serena para confortá-los, quando por dentro estava em frangalhos de vê-los sofrer com as agulhas, os constantes medicamentos e o pavor de tudo aquilo estranho.
No final, tudo deu certo, melhoraram, e todos nós pudemos voltar para casa.
Um mês depois, volto eu à emergência do mesmo Hospital Infantil, só que desta vez com um deles apenas.
Tudo de novo. Calejada e escaldada que somos nada nos pega mais de surpresa, e assim fui eu, com o meu pequeno pela mão, certificando-o de que nada iria fazer-lhe mal, pois eu estava ali com ele.
A Super-mãe, impotente de novo, porém mais forte, firme e calma, fazendo-se confiar, acreditar, acalmar, novamente não se sentiu SUPER, mas garanto que saí de lá com a certeza de ter sido a MELHOR que pude dentro daquilo que nós Super-mães somos todas capazes de fazer.
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