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À Moda Antiga

Atualizado: 22 de jan. de 2024

Definitivamente, as mulheres de hoje não são mais como antigamente.


A mulher moderna é independente, e não tem medo de mostrar. A mulher, assim como o homem, possui maior controle da sua própria vida, pessoal ou profissional.


Ela ocupa cargos importantes e desempenha diversas funções (apesar de ainda não ter conquistado a igualdade salarial).


A mulher moderna garante o seu próprio sustento ou contribui para o de sua família. Na maioria das vezes, como única provedora.


É capaz não somente de cuidar de seus filhos, como também cuidar de si mesma. Ela hoje, quer casar e ter filhos, mas também quer ter uma carreira de sucesso, quer ter boa aparência, poder viajar, comprar o que bem entende.


Ela não deseja mais ser sustentada por marido ou pai. A mulher foi à luta, e conquistou a sua independência social e financeira.


Há quem diga que as mulheres de hoje tornaram-se tão auto-suficientes que não precisam mais da figura masculina (que ingenuidade).


Notem porém, que não precisar de um homem ao lado, significa apenas que não há mais a necessidade de tê-los somente por questão de sobrevivência. Os homens hoje são companhias, escolhas.


Há porém um fato que não podemos deixar de observar. Nesta louca conquista por um espaço pela liberdade e independência feminina, a mulher moderna perdeu, digamos um pouquinho da sua feminilidade.


Vestimos as calças, saímos à caça, estamos na luta e travamos a guerra. O "pau" foi posto na mesa.


Porém, não esqueçamos que ainda somos mulheres pois, por vezes, não sabemos agir como tal. Nos transformamos em algo que ainda não sabemos o que é exatamente – “mulheres de calça”? Talvez.


Mesmo assim, penso que não teríamos o menor problema com as nossas calças se não fossem os homens. Eles sim, não sabem como lidar com elas. Não estavam preparados para tamanha transformação.


Os homens de hoje ficaram confusos, e estão muito assustados com a atitude independente feminina.


Não sabem se entram no ringue para lutar ou se deitam na cama para amar. Não sabem ser desnecessários. Gostam dos privilégios de não precisar ser únicos provedores, mas não sabem ainda dividir as tarefas, o espaço, em igualdade.


As “mulheres de calças” estão perturbando a mente masculina.


Talvez a independência feminina aumente a insegurança masculina. Eles não se sentem mais úteis, não conseguem cumprir o papel masculino de provedor natural, já que a mulher por sua vez é provedora agora de si mesma.


Sentem-se ameaçados com tamanha auto-suficiência, não aceitam esse desprendimento financeiro, e muitas vezes até emocional.


Os homens sentem que não possuem mais o controle da situação, não ditam mais as regras, e sentem-se rejeitados, inúteis.


A mulher, por sua vez, perde com essa mudança e muito. Há sempre perdas e ganhos, nunca é equilibrado.


Homens que se sentem ameaçados, passam a não confiar nas mulheres, e se afastam. Vira competição. Os homens de hoje têm medo da mulher moderna e independente, e travam batalhas inúteis.


A presa de outrem, hoje também caça. Um fenômeno até antes desconhecido por caçadores natos, que muitas vezes viram até a caça.


A mulher quando ataca, faz com que o homem, como todo animal, fuja. Ele se espanta com tal atitude agressiva, nada familiar e nem feminina.


O que fazer nesta situação? Queremos conquistar o nosso espaço no mundo, mas não queremos viver sozinhas nele. Desejamos e merecemos a nossa independência, mas não queremos viver sem a companhia de nossos homens.


O que fazer para não afugentá-los ainda mais?


A solução é simples. Assim como as mulheres devem ser independentes, os homens precisam sentir-se necessários.


A verdade é que não é só o homem ou a mulher, o ser humano deve ser independente e ao mesmo tempo necessário um para o outro.


Se quisermos nossos homens de volta, teremos que apelar para uma receita à moda antiga, uma velha conhecida de nossas avós. Não precisamos abrir mão de nada conquistado e muito menos compactuar com o machismo ensinado.


Contaremos com um artifício muito peculiar no universo feminino – a dissimulação.


Sim, queridas Capitús, seremos independentes, mas dissimuladas. Pediremos ajuda para trocar o pneu furado, as lâmpadas queimadas, para carregar as sacolas pesadas, choraremos as mágoas, faremos beicinhos, pediremos conselhos, deixaremos que paguem nossas contas nos bares, abram a porta do carro, nos dêem a preferência nas filas e ao sair do elevador.


Reivindicaremos de volta o direito de não saber o que há de errado com o motor do carro ou de não entender de futebol, pediremos carona de volta para casa, ajuda para fazer a mudança, opinião na hora de vestir ou comprar uma roupa.


Pediremos sugestão de restaurante, hotel, viagem. Deixemos que nos conte sobre seus lugares favoritos, sem mencionar que já conhecemos, já fomos ou ouvimos falar. Deixem que nos apresentem novamente à vida, como virgens, em sua primeira vez.


A fórmula é simples: fingiremos precisar, mesmo não precisando. Pois já que eles precisam sentir-se necessários, nós também precisamos cultivar a nossa feminilidade. A mulher está nos pequenos detalhes.


Até por que, mesmo sendo modernas e independentes, ninguém é tão auto-suficiente que não deseje ser agradada.


Colocaremos nossas saias por cima destas calças de vez em quando – e sejamos mulheres à moda antiga por alguns minutos!

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